03/06/2020 às 00h15min - Atualizada em 03/06/2020 às 00h08min

QUESTÃO DE OPINIÃO - 03 de junho de 2020

Publicada simultaneamente no Opinião Jornal de Araras e no site O Independente

Fredo Júnior

Fredo Júnior

Aprendiz da vida, editor do site de notícias O Independente, com expertise em Jornalismo, Gestão Pública, EAD e Mediação de Conflitos.

Fredo Júnior
TELA QUENTE
Convidado pela presidência da Câmara para prestar esclarecimentos sobre a sua pasta, o secretário de Serviços Públicos Urbanos e Rurais, Orlando Roberto Cabrini (Beto Cabrini). O gestor mostrou irritação ao ser questionado pelo vereador Jackson de Jesus (PSD) sobre o processo de embargo do aterro sanitário. O estopim foi a pergunta do parlamentar sobre a razão do ex-titular de sua pasta, envolvido no caso, ter “ganho de presente” a Secretaria de Meio Ambiente. Cabrini explicou que nem ele e nem o prefeito tinham ciência do problema e que a intenção de Jackson era a de que ele (Cabrini) falasse de sua própria boca o nome do secretário em questão (Carlos Cerri Júnior), chegando a citar que o vereador havia visto a assinatura de seu antecessor em despachos do processo de embargo. O assunto não pode ser melhor debatido.
 
MATÉRIA
No dia 23 de dezembro de 2019, o site O Independente publicou uma reportagem e os documentos que comprovaram o conhecimento de Cerri sobre o problema desde o mês de maio de 2018. Na semana passada a coluna tratou do assunto do embargo do aterro sanitário de Araras. Como mencionado, encaminhamos um questionamento à Procuradoria Geral do Município através da Secom para saber como o caso está sendo tratado. Infelizmente, passados oito dias depois e até o fechamento da coluna na terça-feira (2) não obtivemos retorno. A postura do governo na condução deste episódio causa estranheza. A resposta, prezados, não é para o jornalista Fredo Júnior, mas para a sociedade ararense que não tem a menor ideia do tamanho e da gravidade do problema.
 
PROJETOS
Ainda na segunda-feira (1º), dois interessantes projetos foram apreciados pela Câmara de Vereadores. O primeiro tratava da redução da jornada de trabalho de servidores portadores de algum tipo de necessidade especial. Este teve pedido de vista pelo vereador Pedro Eliseu Sobrinho (PP) e deverá ser votado na próxima segunda-feira (7). O outro projeto é de autoria do próprio pepista e versava sobre a implantação do pagamento da tarifa do transporte coletivo com cartões de débito e crédito, visando facilitar a utilização do serviço pelo usuário. Contudo, o parecer da comissão de Justiça e Redação apontou conflito de competência, além de custos adicionais ao TCA. Assim, este projeto será encaminhado ao Executivo como indicação.
 
RETOMADA 1
Em Live realizada no sábado (30), o prefeito Júnior Franco (DEM) afirmou que iria recorrer da decisão do juiz Matheus Romero Martins, que deferiu o pedido liminar do Ministério Público para que o Plano Municipal de Retomada Econômica fosse suspenso e o município se adequasse ao Decreto Estadual 64.994, de 28 de maio de 2020 que instituiu o Plano São Paulo. Na segunda-feira (1º), a Prefeitura ingressou com um recurso (agravo de instrumento) para derrubar a liminar e fazer valer o plano local. Franco, é fato, desde o começo da pandemia agiu com correção ao priorizar salvar vidas. Mas talvez tenha errado a mão – sabe-se lá por qual razão – em antecipar-se ao governador de São Paulo, João Dória, que comanda as políticas de combate à doença no estado.
 
RETOMADA 2
Na mesma transmissão, o vice-prefeito Carleto Denardi (MDB) fez a curiosa declaração de que “tinha confiança que o governo do Estado iria abrandar a flexibilização.” Também é fato que Araras tem sentido os efeitos econômicos da pandemia. Todos, sem exceção, inclusive este colunista, que também é um microempresário. Todavia, com o devido respeito, como seria possível afrouxar a quarentena diante do quadro da doença na cidade? Até o dia 30, data da publicação da adequação do plano local ao decreto estadual, o número de casos confirmados havia chegado a 123. E Araras continuava bem abaixo da taxa de isolamento social mínima de 55%. Na sexta-feira (29), a cidade registrou uma adesão de 42%. Ou seja, como a coluna também havia adiantado na semana passada, era praticamente impossivel que Dória tomasse outra atitude.
 
PREOCUPANTE
Em oito dias, Araras teve um aumento de 38 casos confirmados de coronavírus (covid-19), chegando a 127 (dados divulgados na segunda-feira (1º).  Na sexta-feira (29), a cidade registrou uma taxa de adesão ao isolamento social de 42%. No dia 30, 47% e no dia 31, 50%. Quando os índices pareciam demonstrar um pouco mais de responsabilidade dos ararenses, no dia 1º, a cidade despencou para 42% de adesão. Indicadores bem abaixo do mínimo de 55% estipulado pelo Governo do Estado de São Paulo.
 
DE SAÍDA
Falando em Carleto, ele não é mais presidente do Saema. Aliás, no meio político havia muitos comentários sobre o fato do atual vice-prefeito não ter se desligado antes do cargo na autarquia para disputar a eleição. Denardi é um dos fundadores do PSDB em Araras, mas recentemente voltou ao MDB, seu partido de origem, numa costura do Governo Franco com o radialista Marcelo Fachini, seu aliado de primeira hora. Caso a eleição acontecesse em outubro, como previa o calendário atual, Carleto deveria ter deixado a presidência seis meses antes, no caso, em abril. Como a eleição irá ocorrer em dezembro, o prazo de 180 dias será contado a partir de junho. Em seu lugar foi nomeada a servidora de carreira Marluce Natália de Góes Lima, até então diretora executiva da autarquia.
 
FOGO NO PARQUINHO
O que era tido como um casamento feliz e duradouro, está se transformando em um divórcio cheio de mágoa e rancor. Depois de ser chamado de “covarde” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por dificultar a posse e o porte de armas no Brasil, o  ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, respondeu ao mandatário, afirmando que Jair desejava rebelião armada contra as medidas sanitárias de combate à pandemia da covid-19 (coronavírus) promovidas por governadores e prefeitos. Arauto da moralidade e guindado à condição de “herói nacional” por sua controversa atuação na Lava Jato, Moro era peça-chave para a imagem frágil do governo bolsonarista. Agora, pode tornar-se o pior pesadelo do presidente.
 
REPERCUSSÃO
A coluna foi procurada por algumas pessoas acerca das notas da semana passada sobre os golpes praticados contra clientes de bancos que tem direito às diferenças dos planos econômicos Verão (1987), Bresser (1989) e Collor I (1990). Em comum, todas foram vítimas do golpe aplicado por advogados na cidade. A fraude se consolida quando os profissionais do Direito – se é que podem ser assim chamados - , na qualidade de procuradores dos poupadores receberam os valores recebidos e não os repassam. Há casos de empresas especializadas que foram lesadas por alguns profissionais. Como dito anteriormente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) orienta aos lesados que denunciem os golpistas à entidade.
 
MARCA
No último fim de semana, o Opinião Jornal de Araras publicou a sua edição de nº 8.000. Um jornal que tem uma folha de serviços prestadas ao povo de Araras, com postura histórica de luta pela democracia e pela liberdade de imprensa, numa época em que defender esses valores era sinônimo de coragem e contestação. Na segunda-feira (1º) comemoramos o Dia da Imprensa. Uma data oportuna para celebrar a marca alcançada pelo jornal. Ao diretor e amigo Valentim Viola, o desejo de que venham outras 8.000 edições. O impresso segue resistindo e continua vivo!
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