@saude_mental Todo ano é mesma história.
No balanço das horas calculamos os erros e acertos cometidos.
E quase sempre o resultado dessa conta é uma esperança desesperada de que na próxima temporada as coisas sejam diferentes.
Desde a promessa de deixar de comer algo, parar de beber, emagrecer, praticar exercícios físicos, se autoconhecer, estudar, viajar, trocar de emprego, abrir um negócio, cortar relações, fazer novas amizades, descasar, amar e até mudar de casa e cidade.
Mas que diferença podemos esperar se todos os anos repetimos o mesmo ritual?
E o que temos feito para que as mudanças aconteçam?
Embora sejam carregadas do simbolismo do "novo", as "viradas de ano" ainda são necessárias para que a gente crie uma pseudoiniciativa de imaginar-se em uma nova estrada. Por que então não arriscar-se nela e por ela?
Talvez porque tenhamos nos acostumado a viver assim.
Sair da zona de conforto é doloroso porque requer alguns enfrentamentos que nem sempre estamos dispostos a fazer. O medo nos acostuma a viver todos os dias do mesmo jeito. O costume acaba nos fazendo esquecer do presente que é viver um novo dia e as incríveis possibilidades que ele nos oferece. E por várias razões, situações e circunstâncias.
Isto tem muito a ver com valores e crenças que acumulamos ao longo da vida, e claro, com a ideia de que a controlamos.
Tolice.
Nunca estaremos.
Mas isto também não significa que não podemos mudar o rumo que ela tenha tomado.
Porém, a coragem vence o medo. E mudar sempre será uma escolha. Para isso é necessário sentir incômodo, inquietação, paixão, fome e sede por viver.
Meu desejo é que não precisemos de ocasiões especiais para alterarmos a rota do nosso caminho.
Eu encerro com uma citação de Rubem Alves.
"Todo mundo gostaria de se mudar para um lugar mágico. Mas são poucos os que têm coragem de tentar."
Que tenhamos motivos suficientes para encerrarmos ciclos antigos e experimentarmos o novo. E que a nossa "virada" aconteça um dia de cada vez. Todos os dias.
Feliz 2024!