13/05/2020 às 10h50min - Atualizada em 13/05/2020 às 10h50min

QUESTÃO DE OPINIÃO - 13 de maio de 2020

Publicada simultaneamente no Opinião Jornal de Araras e no site O Independente

Fredo Júnior

Fredo Júnior

Aprendiz da vida, editor do site de notícias O Independente, com expertise em Jornalismo, Gestão Pública, EAD e Mediação de Conflitos.

Fredo Júnior
O Independente
A VIÚVA DO HORROR
Deprimente. Esta é a palavra que melhor pode definir a entrevista de Regina Duarte, a "namoradinha do Brasil" e atual secretária nacional de Cultura, à CNN Brasil. A atriz, que marcou a história da TV brasileira nos papéis de Simone (Selva de Pedra/1972), Viúva Porcina (Roque Santeiro/1985), Raquel (Vale Tudo/1988) e Helena (Por Amor/1997), além de evocar o "hino" encomendado pelos militares em 1970, relativizou as mortes ocorridas na ditadura e em regimes totalitários. "Na humanidade não pára de morrer", declarou Regina. A classe artística tem feito severas críticas à sua postura na condução da pasta, desde a falta de projetos e propostas concretas, até o seu gritante e absurdo silêncio nas mortes de Rubem Fonseca, Moraes Moreira, Flávio Migliaccio e Adir Blanc.
 
CURIÓ
Coincidentemente, a performance da secretária aconteceu na mesma semana em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu o Tenente-Coronel reformado Sebastião Curió Rodrigues de Moura, 85 anos, denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha. Em 2009, em entrevista ao Estadão, Curió afirmou que, sob o seu comando, o Exército executou 41 pessoas no Araguaia. Como prêmio, recebeu dos militares as chaves do garimpo de Serra Pelada (PA), cuja lei era ele próprio. O ex-militar ganhou até uma cidade: Curionópolis, da qual, aliás, foi prefeito. O Governo Bolsonaro foi denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
 
MEMÓRIA  
O jornalista e empresário Valentim Viola, diretor-fundador do Grupo Opinião, é uma testemunha ocular dos efeitos do Golpe Militar de 1964 em Araras. Na semana passada, oportunamente começou a trazer ao conhecimento dos ararenses alguns episódios ocorridos naquela época. Este colunista ousa afirmar que se trata de um registro histórico de uma época não muito diferente dos dias atuais, quando a manipulação e interesses diversos ditaram os rumos do país. Um desses fatos rememorados por Tim foi a eleição do prefeito Milton Severino, em 1968.
         
CONLUIO
Milton Severino elegeu-se pelo MDB, contra três candidatos - Jair Della Colleta, Nélson Salomé e o padre Santo Marini – estes apoiados pela Arena, por seu ex-aliado e então prefeito Ivan Estevam Zurita, além da significativa anuência de dona Renata da Silva Prado, ilustre benemérita da cidade e esposa de Fábio da Silva Prado, a quem Milton havia prestado homenagem ao atribuir-lhe o nome ao nosso Lago Municipal. Na época, a ditadura “criou” um monstrengo chamado sub-legenda. No contexto local, caso a soma dos votos recebidos pelos três arenistas fosse superior aos votos do emedebista, absurdamente venceria o mais votado da Arena. Algo impensável do ponto de vista do Estado Democrático de Direito.
 
RESPOSTA
Trocando em miúdos, se Milton obtivesse 6.000 votos, Jair Coletta 3 mil, Nelson Salomé 2 mil e Santo Marini 1.001 votos, o eleito seria Coletta. O resultado foi a vitória de Milton, que venceu o trio com uma diferença de mais de 1.000 votos, o que à época representou uma resposta ao baronato ararense, notadamente simpático à Revolução de 64. Na próxima semana, a coluna irá reproduzir o relato de Viola acerca da intervenção federal na cidade, em maio de 1970. Araras precisa conhecer a sua própria história.
 
TELA QUENTE
A sessão camarária da última segunda-feira (11) deixou bem claro – pelo menos na opinião deste colunista e de outros observadores - quem são, com quem estarão e o que pretendem os atores políticos neste ano eleitoral. A coluna ouviu ainda na noite de segunda-feira de uma fonte do próprio Legislativo, uma análise precisa e bem-humorada sobre o “apito” tocado pelos vereadores. “A Câmara está dividida sim. Dois vereadores defendem o prefeito (Marcelo de Oliveira/Republicanos e Deise Olímpio/DEM). Quatro detonam (Pedro Eliseu Sobrinho, José Roberto Apolari, Dú Segurança/PP e Anete Casagrande/PSDB). Um fica na dúvida, pois tem provável candidato na família Regina Corrochel/PTB). Dois não detonam, mas não vão apoiar o prefeito (Felipe Beloto/PL e Baiano da Farmácia/PP). Um é independente e detona o prefeito (Jackson de Jesus/PSD) e um é independente e quer paz e amor na Câmara (Jacovetti/REDE)”, declarou a fonte. A Câmara é um bom “termômetro”.
 
CENÁRIO 1
Do ponto de vista das candidaturas majoritárias (prefeito), pelo menos até este momento, são cinco os pré-candidatos ao pleito. Ainda é cedo para se cravar os apoios e alianças, mas já é possível ter uma perspectiva do que deve ocorrer. Obviamente, até a realização das convenções partidárias, não será surpresa se o quadro for alterado. O atual prefeito e virtual pré-candidato à reeleição, Júnior Franco (DEM) conta hoje com o apoio de dois vereadores e dos partidos MDB, Podemos, Republicanos e PSL. Porém, segue articulando mais apoios. O ex-prefeito Pedrinho Eliseu (PSDB), por sua vez, tem o apoio de sete vereadores e agrupa em torno de si, as siglas PP, Rede, PL, Solidariedade, Avante e PSC, e segundo consta, PROS e PV também deverão fechar com o tucano. Assim como o ex-aliado democrata, Eliseu também ainda busca novos aliados.
 
CENÁRIO 2
O médico e também ex-prefeito Nélson Dimas Brambilla (PSD) e o ex-vereador Mário Corrochel Neto, o Bonezinho (PTB) afirmam que continuam pré-candidatos, apesar de ambos também considerarem uma futura aliança. A dupla conta com dois parlamentares, e também tem buscado diálogo com outros partidos. Hélder Bovo (PRTB), assumidamente pré-candidato desde o início do ano, teria o apoio do PMB, e aposta nas divisas militares do vice-presidente da República, General Mourão. Assim como os outros pré-candidatos, tenta costurar alianças. Já PT e PSOL formaram a Frente Popular de Esquerda. Os dois partidos devem lançar chapa de vereadores e um candidato a prefeito. Por fim, a Ação Democrática Ararense, que reúne o PSB, PDT e PCdoB, de Márcio França, Ciro Gomes e Flávio Dino, segue conversando com outros grupos, mas não descarta uma candidatura majoritária própria.
 
BOA VONTADE
Que o prefeito Júnior Franco (DEM) sempre teve consciência do aspecto econômico nesta pandemia, eu não tenho dúvidas. Entretanto, é inegável a sua acertada opção em priorizar a integridade e a vida da população. Na quarta-feira (6), um áudio “vazou” no WhatsApp. Nele, o prefeito confirmava a publicação de um novo decreto na sexta-feira (8) flexibilizando, com restrições, o funcionamento do comércio e serviços na cidade a partir de segunda-feira (11). Na mesma sexta-feira, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB) não permitiu a flexibilização e prorrogou a quarentena em todo o Estado de São Paulo até dia 31 de maio. Uma semana antes, o tucano havia afirmado que um dos critérios para o relaxamento da quarentena seria a adesão de ao menos 50% da população das cidades ao isolamento social. Em Araras, o índice foi de 46%.
 
CONSTRANGIMENTO
Saiu hoje? Esta foi a pergunta do ministro da Saúde, Nelson Teich, ao ser avisado por jornalistas de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia anunciado a inclusão de academias esportivas, salões de beleza e barbearias entre os serviços considerados essenciais durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Teich manifestou surpresa e disse que não participou das discussões sobre o assunto, o que é feito pelo Ministério da Economia e pelo presidente Bolsonaro. "Isso aí saiu hoje? É manicure, academia, barbearia? Não, isso aí não é. Acho que... Não passou, não é atribuição nossa. Isso é atribuição do Presidente da República", disse o ministro. Mas, cá entre nós, em meio a uma crise na saúde, o chefe da pasta não ser consultado sobre uma medida dessas...
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