Climainfo Depois de quase dois anos de cuidados e um ciclo vacinal completo, eis que a covid me alcançou.
Calma aí...
Tão logo começaram os sintomas, eu coloquei em prática os protocolos de isolamento, tratamento, trabalhando à distância, em casa, e agora, de volta à vida normal (se é possível afirmar que ainda existe normalidade).
Nesses dias de "descanso" forçado, pensar é uma das boas coisas a fazer. Tempo para refletir, reavaliar caminhos, trabalhar remotamente, voltar às canções, ler um bom livro, retomar os estudos e alguns projetos adiados.
E nas minhas divagações, inevitavelmente lembrei-me do começo dessa loucura toda.
Foi assustador.
Até então, o coronavírus era um inimigo desconhecido, mas ainda continua invisível e mortal.
Milhões de vidas foram perdidas.
Alguns queridos de caminhada foram derrotados pela doença e acompanhei a luta de outros pela vida.
Tive medo.
E ainda tenho.
Honestamente, achei que tivesse sido visitado pelas rinossinusite e faringite crônicas, como acontece uma vez por ano.
Estava enganado.
Os sintomas são bem parecidos e lembram até mesmo uma forte gripe.
Porém, eu nunca havia passado por uma crise deste tamanho.
Portador de comorbidades, minha pressão alta e sobrepeso já me deixavam em risco.
Claramente tratou-se de algo nunca antes enfrentado.
Mas senti que o meu corpo estava preparado para esse combate.
Restou a certeza de que se não tivesse sido devidamente vacinado com as 3 doses indicadas, eu não estaria escrevendo este texto.
A vacina não é garantia de que não sejamos infectados.
Vacinar não é apenas um ato de proteção individual.
Trata-se de uma ação de saúde pública e proteçao coletiva, pois a imunização restringe a chance de contaminação e os casos graves.
Mas também é uma atitude de empatia e respeito.
Em outras palavras, a vacina diminui drasticamente o número de pacientes nos leitos de UTIs.
Sem ela, eu certamente estaria ocupando um deles.
Penso nos que partiram e não tiveram a mesma oportunidade que eu.
Muitos a desejavam.
Outros a negaram.
E esta maldita negação instalada no país causou sofrimento, dor e ausência.
Portanto, em nome do seu "mais sagrado", não tenha medo de vacinar-se.
Descarte o fundamentalismo negacionista espalhado irresponsavelmente por quem deveria defender a vida e promove um espetáculo deprimente a favor da morte.
A ciência salva vidas.
Use máscara.
Abuse do álcool em gel.
O que devem ser combatidos são a ignorância e a insanidade do negacionismo assassino.
Com vacina, coragem e esperança, até que seja definitivamente erradicado.