Eu nunca liguei muito pra essa coisa de aparência física e estética.
Até o final da minha adolescência, início de juventude, eu ainda guardava alguns cuidados. Efeito do tempo em que quase me tornei um atleta de basquete profissional.
Acredite, em 1988 "arreguei" de um teste para o qual fui chamado para participar de uma peneira (teste) que abriria portas nos clubes do Rio de Janeiro, tradicionais na modalidade.
Apesar de me virar desde menino, depois do golpe do confisco aplicado por Fernando Collor de Mello em 1990, comecei a ter de enfrentar a dureza da vida como qualquer jovem brasileiro naquela idade.
Um ano depois voltamos para São Paulo.
O estresse e pressão dos cinco anos de banco e a faculdade foram determinantes para que eu iniciasse o meu abandono.
Sim, porque é aos poucos que a gente vai se esquecendo da gente mesmo.
Daí vieram outras responsabilidades e a luta pela vida, às quais me entreguei de corpo, coração e alma, errando, acertando e crescendo.
E de repente, como num passe de mágica, eu dormi com 17 e acordei com 50 anos.
Apesar de todas as pancadas que levei, pude conhecer mais sobre a sordidez humana nos últimos anos.
Tenho aprendido muito sobre resiliência, equilíbrio e propósito.
E a vida então cobrou o preço de décadas de negligência.
Pode parecer irrelevante. Mas quando nos entregamos aos poucos a uma circunstância, lentamente somos condicionados a não sairmos dela e mudarmos o rumo do trem doido que chamamos de vida.
Minha ficha "caiu" de fato há pouco mais de três meses. Recuperar a minha saúde física e mental passou a ser uma questão de prioridade.
Acho que ainda devo ter um tempinho por aqui. E gostaria muito de poder beijar os meus netos.
Hoje, sábado (11), enfrentei a balança que sempre me aprontou das suas. Carinhosamente ela me disse que onze quilos foram perdidos.
Uma pequena e emocionante vitória.
Só quem passa pela tempestade pode sentir a paz da calmaria.
Espero que este singelo relato sirva de ajuda e incentivo para qualquer situação que você esteja vivenciando.
Não desista.
Não pare.
Um dia de cada vez!