22/07/2019 às 20h53min - Atualizada em 22/07/2019 às 20h53min

TRUMP, BOLSONARO E SEU EXÉRCITO DE IMBECIS

"Preconceitos, intolerância racial e social, profunda estupidez. Ao final somos e seremos apenas ossos." (Alber Germânio).

Fredo Júnior

Fredo Júnior

"Pessoas feridas são perigosas. Elas sabem que conseguem sobreviver." (Josephine Hart).

Fredo Júnior
Agenda Capital
Quando Trump venceu as eleições nos Estados Unidos, ficou evidente que os americanos escolheram o candidato que de fato representava o que a maioria deles pensa.
 
O medo e o ódio venceram em 2016 e ainda estão vivos. Índios, negros, latinos, muçulmanos e imigrantes são o foco de seu discurso segregacionista. Pudera, as raízes nacionalistas de Trump são manchadas pelo sangue derramado pela Ku Klux Klan.
 
Recentemente, o presidente americano atacou a deputada democrata de Minnesota, Ilhan Omar, nascida na Somália e uma das quatro congressistas a quem Trump sugeriu que voltassem para “os lugares infestados pelo crime de onde vieram”.
 
Jair Bolsonaro nunca escondeu seu desprezo às minorias. Umas das mais perturbadoras manifestações do hoje presidente da República ocorreu há 21 anos. “Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios.” (Correio Braziliense, 12 Abril 1998).
 
Em ritmo de campanha presidencial antecipada, o então deputado já fazia propaganda de seu “plano de governo”. “Em 2019 vamos desmarcar a reserva indígena Raposa Serra do Sol. Vamos dar fuzil e armas a todos os fazendeiros”, declarou em 21 de janeiro de 2016.
 
Outra manifestação abominável do “mito” aconteceu no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em janeiro de 2017. “Não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”, disse Bolsonaro. O espanto e indignação ficou por conta dos aplausos de uma entusiasmada plateia, em sua maioria formada justamente por descendentes de judeus.
 
Na sexta-feira (19), em um café da manhã com jornalistas estrangeiros, Bolsonaro fez comentários críticos envolvendo o Nordeste. "Dentre os (ou aqueles) governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara", referindo-se ao governador Flávio Dino.
 
Todos sabem que no Rio de Janeiro, o termo “paraíba” é usado pejorativamente para se falar de um nordestino. Algo semelhante acontece no estado de São Paulo, onde todos os nordestinos são tratados como “baianos”, “nortistas” ou “da terrinha”.
 
Foi neste mesmo café que o presidente disparou a pérola de que “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira", demonstrando desconhecer a situação de boa parte da população de seu próprio país. O Independente publicou uma matéria sobre o assunto.
 
Um desses muitos bolsonarianos fez um comentário estúpido acerca do tema de apoio aos irmãos do Nordeste em meu perfil pessoal no Facebook. "Muda pra lá", escreveu, referindo-se ao estado da Paraíba. Acuado, o sujeito apagou o comentário. E claro, devidamente excluído da minha rede. Passou o tempo de ser tolerante com quem destila intolerância.
 
O imbecil é mais um dentre tantos que viviam debaixo da máscara do constrangimento e que agora perderam de vez o medo de expor o ódio que tem dentro de si. Assim como Trump, a conduta de Bolsonaro foi o gatilho e era tudo o que essa gente precisava para vomitar a sua arrogância e desrespeito.
 
Soldadinhos de baixa patente de um exército igualmente raso.
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