Facebook Escrevo esta pequena reflexão no avião, indo para Vitória na madrugada de quarta (9) para quinta-feira (10).
Dentro deste trem doido e pesado que a ciência e a tecnologia conseguem manter no ar, o abismo social evidenciado no embarque, pelo menos por alguns minutos, desaparece com o medo causado pela turbulência.
Lá em cima a dita cuja deixa todo mundo na mesma condição: com o fiofó na mão.
Um passageiro da primeira classe, logo na primeira fileira, suava e olhava para os lados assustado, como se estivesse procurando algum tipo de ajuda.
Ao meu lado está um jovem casal na faixa de 20 e poucos anos. Tento uma conversa pra quebrar o gelo. O garoto demonstra um visível nervosismo.
A menina, então, como é próprio das mulheres, o abraça.
Observo o seu cuidado com o amado.
A delicadeza do toque suave das suas mãos e a sua serenidade chamam a atenção.
E neste instante ela deixa de ser a namorada, e assume o papel da mãe que acalma o filho atormentado por terríveis pesadelos.
Elas são assim.
Incríveis.
Bom mesmo foi ouvir o comandante anunciando a turbulência com uma calma irritante. Ah, e ainda teve a comissária de bordo bonitona dizendo para ficarmos tranquilos, pois estávamos apenas a dez mil pés de altura. Pouco mais de 3 quilômetros do chão...
Minutos depois começamos a aterrissar.
E na véspera dos meus 49 anos, descubro que avião voa “na banguela”.
Sim, meus amigos. Assim como os carros, os aviões também economizam combustível durante o voo. Em 2013, no Estadão, o jornalista
Tutti Vasques falou sobre isso.
Pousamos.
O bacana da primeira classe, é claro, foi o primeiro a sair.
Um outro rapaz que estava no voo saiu andando todo duro e apertando as pernas no desembarque. Este borrou a cueca.
O casalzinho deixou o avião sorrindo e de mãos dadas.
Se lá em cima a incerteza nos torna iguais, uma coisa ficou evidente: as mulheres são seres infinitamente superiores a todos nós.