08/06/2023 às 15h29min - Atualizada em 08/06/2023 às 15h29min

Fraude em concurso público é investigada

Ministério Público de Minas Gerais recebeu denúncia de quais candidatos seriam beneficiados; três obtiveram 39 acertos em 40 questões, errando todos eles a pergunta de número 15, o que reforça a fraude, segundo a Polícia Civil

Estado de Minas e MSN
Estado de Minas
Um esquema de fraude em um concurso público, que aconteceu em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no último dia 28 de maio, é investigado pela Polícia Civil. 
 
Na segunda-feira (5/6), oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra candidatos suspeitos nas cidades de Caratinga, Piedade de Caratinga, Ipanema e Pocrane.
 
Durante os trabalhos policiais, foram apreendidos quatro celulares, dois notebooks, um HD externo e documentos. Os suspeitos serão intimados e ouvidos oportunamente em inquérito policial.
 
Denúncia
De acordo com a Polícia Federal, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recebeu um vídeo informando sobre a possível fraude no referido concurso  no dia 26 de maio. A denúncia especificava, inclusive, quais candidatos seriam beneficiados. 

Diante disso, o MPMG propôs uma reunião com a presença de representantes do órgão, do Executivo de Piedade de Caratinga e da PCMG. Na ocasião, ficou acordado que a Polícia Civil fiscalizaria o concurso no dia da aplicação das provas. Todos os gabaritos das provas foram digitalizados para eventual conferência posterior, caso a fraude se concretizasse.
 
No dia 2 de junho, o Ministério Público recebeu um e-mail anônimo informando sobre o vazamento das provas e gabaritos para os cargos de advogado do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), dentista protesista e enfermagem com especialização em estomaterapia. 
 
No e-mail, estavam anexadas as provas em arquivo colorido, diferentemente da impressão das provas realizadas pelos candidatos no dia 28, em preto e branco. Os gabaritos também estavam em arquivo com data anterior à prova (27/5). Em análise no site oficial da banca organizadora do concurso, apurou-se que as provas não foram divulgadas, comprovando o vazamento.

Investigação
Diante dos indícios, a Polícia Civil passou a investigar os candidatos suspeitos de terem fraudado o concurso, identificando três pessoas que concorreram aos cargos de advogado do Cras, dentista protesista e enfermagem com especialização em estomaterapia, as quais possivelmente teriam tido acesso às provas e aos gabaritos antes da data da realização do concurso. 

Conforme apurado, os três candidatos obtiveram 39 acertos em 40 questões, errando todos eles a pergunta de número 15, o que reforça a fraude, segundo a PC.

Assim, a PCMG representou pela expedição dos mandados de busca e apreensão com o objetivo de reunir outros elementos informativos para subsidiar a investigação.
 
A apuração da PCMG pretende esclarecer quem teria disponibilizado as provas e os gabaritos, os candidatos beneficiados com o vazamento e a eventual fraude no processo licitatório para contratação da banca examinadora. 
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