09/03/2020 às 11h59min - Atualizada em 09/03/2020 às 11h59min
POLÊMICA: BAIANO DA FARMÁCIA QUER PROIBIR ARTISTAS DE MALABARES NOS SEMÁFOROS DE ARARAS
Depois do desgaste com a proposta de retirada das casinhas dos felinos no Lago Municipal, vereador afirma que os malabaristas atrapalham o motorista e perturbam a população
- Da redação
Câmara de Vereadores de Araras
Câmara de Vereadores de Araras O vereador Romildo Borelli, o Baiano da Farmácia (PSD) parece ser atraído por polêmicas.
Há algumas semanas, o edil entrou numa dividida desnecessária com alguns ativistas e simpatizantes da proteção animal, ao questionar e indicar a retirada das casinhas que abrigam a população felina nativa e abandonada no Lago Municipal.
O assunto rendeu inúmeras críticas à Baiano nas redes sociais, que chegou a declarar que “tomaria medidas judiciais contra quem teria o ofendido”.
Na sessão camarária (17), o parlamentar criou outro mal-estar ao comentar o seu projeto de lei que visa proibir os malabaristas nos semáforos em Araras.
“Esse pessoal que fica fazendo malabares, esse pessoal que fica pedindo no semáforo, esse pessoal que diz ser artista de rua, eles estão fazendo praticamente o que querem no município porque nós não temos uma lei específica que proíbe eles de fazerem este tipo de coisa. Isso vem atrapalhando o motorista, perturbando a população e eu acho que isso aí não deveria continuar”, declarou na Palavra-Livre o parlamentar.
Baiano afirmou ainda que cidades como Limeira, Americana e Campinas aprovaram lei semelhante.
O parlamentar foi procurado pela reportagem de O Independente para comentar as suas declarações.
“Este projeto trata dos obstáculos ao trânsito. Eu quero ajudar a organizar a cidade. Infelizmente não tem como fazer uma separação entre os artistas de rua e quem pede dinheiro nos semáforos”, explicou Baiano.
Questionado sobre a propositura carregar um viés higienista, o vereador respondeu que não e que tenta fazer o melhor possível.
No ano passado, a Secretaria de Assistência Social de Araras criou um programa chamado “Não dê esmolas". A justificativa apresentada foi a de que “a esmola não devolve a dignidade da pessoa.” O problema é que ao institucionalizar a proposta, a fome da mesma pessoa parece não ter sido levada em conta.
Momento oportuno para evocar alguns versos da canção “Malabaristas do Sinal Vermelho”, de Francisco e João Bosco, que retrata bem este abismo social.
“Penso nos malabaristas
Do sinal vermelho Que nos vidros fechados dos carros Descobrem quem são Uns justiceiros reclamam O seu quinhão Outros pagam com a vida Sua porção Todos são excluídos Na grande cidade”