O Independente As ações de combate à dengue em Araras serão reforçadas neste final de semana com um “arrastão” neste sábado (18) no Jardim São João para eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti das residências.
Os agentes do setor de Controle de Endemias da Secretaria da Saúde estarão fazendo uma varredura no bairro, das 8h às 12h, para recolher materiais que podem acumular água e se transformar em criadouros do inseto.
Cinco casos de dengue foram confirmados em Araras este ano e outros 13 pacientes aguardam resultado de exames para diagnóstico. Em 2019, 652 casos foram confirmados, sendo 618 autóctones (com transmissão em Araras) e 34 importados.
O mosquito Aedes Aegypti é transmissor não só da dengue, mas também do zika vírus, chikungunya e febre amarela.
No ano passado, o Independente publicou
matéria tratando do assunto. À época, a Secretaria de Saúde evitou utilizar a expressão “epidemia”. Entretanto, a cidade vivenciou mais um momento crítico no combate ao mosquito.
A epidemia é declarada quando o número de casos positivos alcança a marca de 300 para cada 100 mil habitantes. O índice técnico aplicado para apuração da doença nos municípios é 0,003 multiplicado pelo número de habitantes.
De acordo com o levantamento do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2018, a população em Araras foi calculada em 132.943. Desta forma, a “conta” a ser feita e compreendida é a multiplicação do número de habitantes (132.943) pelo índice (0,003). O resultado será 398. Isso significa que ao atingir este número, o município já estaria em situação epidêmica
O Ministério da Saúde divulgou um alerta nesta quarta-feira (16) sobre uma possível epidemia de dengue em 11 Estados brasileiros. O alerta do Ministério da Saúde acontece porque o tipo 2 do vírus da dengue voltou a circular no final de 2018, depois de 10 anos sob controle. O reaparecimento do sorotipo 2 também aconteceu em Araras
A situação, agravada pelo tempo quente e com alta incidência de chuvas, é acentuada pelo desabastecimento do inseticida utilizado para nebulização em áreas com casos positivos. O produto deixou de ser distribuído pelo Ministério da Saúde no ano passado, após problemas em sua fórmula.
Segundo comunicado do próprio Ministério, "desde maio de 2019, o Brasil está desabastecido do inseticida Malathion devido a uma grande quantidade de produtos vencidos e com problemas de qualidade em razão de alterações químicas em sua formulação. Neste mês, 80 mil litros devem ser distribuídos no país e o Ministério já fez a compra de 300 mil litros de outro inseticida que será distribuído em fevereiro”.
Em 2019, o Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue, com 782 mortes –aumento de 488% em relação a 2018. O país também teve 10.708 casos de zika, com três mortes, e 132.205 ocorrências de chikungunya, com 92 mortes, um aumento, respectivamente, de 52% e de 30% em relação ao ano anterior. As três doenças são transmitidas pela Aedes.
Some-se a isto a irresponsabilidade de boa parte da população, que poderia colaborar e muito evitando acumular lixo e entulho em seus quintais, materiais como vasos de plantas, caixas d’água, garrafas plásticas, pneus, piscinas sem uso e/ou manutenção e até mesmo em recipientes pequenos, como tampinhas de garrafas, que possam se tornar possíveis criadouros.
Contudo, não o descaso não é apenas da população. Em abril de 2019, a reportagem de O Independente flagrou o
abandono da área do Centro de Convivência da Terceira Idade Hilda Masson Bordin Marretto, cuja responsabilidade é da Secretaria de Ação e Inclusão Social de Araras. A piscina – foto que ilustra esta matéria - do lugar estava repleta de sujeira e água parada. Um potencial criadouro, que pode ter sido um foco de dengue.