O Ministério Público de Araras (SP) denunciou o padre Leandro Ricardo à Justiça sob a acusação de ter praticado "atentado violento ao pudor, com abuso da autoridade", contra uma criança e três adolescentes na cidade entre 2002 e 2005. O padre também é alvo de inquéritos em Americana (SP) e Limeira (SP), ambos tramitando em segredo de Justiça.
No mês de julho, O Independente publicou parte da reportagem da Revista Veja sobre o assunto em uma matéria intiulada "PEDOFILIA E CORRUPÇÃO NA IGREJA CATÓLICA: EX-PÁROCO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO EM ARARAS, PADRE LEANDRO É CAPA DA VEJA".
Leandro esteve à frente da paróquia São Francisco de Assis, localizada na zona leste da cidade, durante muitos anos. Era uma figura pública conhecida e cortejada por várias lideranças comunitárias e grupos políticos de Araras.
O clérigo está suspenso de suas funções como reitor e pároco da Basílica Santo Antônio de Pádua, em Americana (SP desde janeiro pela Diocese de Limeira (SP). O escândalo custou a liderança do bispo Dom Vilson de Oliveira, que teria sido conivente com os abusos em troca de vantagens financeiras.
Na peça, o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua demonstra convicção sobre a responsabilidade de Leandro Ricardo. "É dos autos que o denunciado, padre da Igreja Católica responsável pela paróquia São Francisco de Assis, exercia autoridade moral e inegável influência sobre os membros de sua comunidade religiosa [zona leste desta Comarca]. Nessa qualidade, atraía criança e adolescentes para a função de “coroinha”, bem assim para as tarefas cotidianas da igreja, com o propósito último de satisfazer sua lascívia. Assim é que, prevalecendo-se de sua ascendência sobre as vítimas [temor reverencial], o denunciado, em diversas oportunidades, e com sucessão de vítimas, mediante violência e grave ameaça, praticou crimes [atos libidinosos] contra a dignidade sexual", informa texto da denúncia.
De acordo com a reportagem da EPTV/G1, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o caso está sob sigilo, não é possível confirmar se a denúncia foi ou não aceita. Caso seja, o padre passará a ser réu no processo.
O advogado de Leandro, Paulo Sarmento, informou que só irá se manifestar após ter conhecimento sobre o conteúdo da denúncia do MP.