04/08/2020 às 12h09min - Atualizada em 04/08/2020 às 12h09min
PAU QUE DÁ EM CHICO, NÃO DÁ EM FRANCISCO: ONYX ADMITE CAIXA 2, MAS PAGA MULTA E SE LIVRA DE AÇÃO
Democrata recebeu valores não declarados da JBS em suas campanhas eleitorais de 2012 e 2014; em 2018, antes de tomar posse, ministro declarou que “já havia se resolvido com Deus”
- Da redação
Com informações de André Guilherme Vieira, do Valor Econômico.
Wilson Dias, da Agência Brasil.
O ministro da Cidadania do governo Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), admitiu que praticou caixa dois nas eleições de 2012 e 2014. Entretanto, firmou um acordo de não-persecução penal com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no qual confessou ter recebido caixa dois de R$ 300 mil destinado a campanhas eleitorais. Acusado pelo delito previsto no artigo 350 do Código Eleitoral, falsidade ideológica para fins eleitorais, Onyx pagou multa de R$ 189 mil em troca do arquivamento de investigação da qual era alvo. Esse tipo de acordo está previsto na Lei Anticrime, aprovada no ano passado, firmado pela PGR com o Supremo Tribunal Federal (SFT), como alternativa para solucionar casos referentes a delitos cometidos sem emprego de violência e com previsão de pena menor do que quatro anos. Onyx havia sido delatado em 2017 por executivos da J&F, controladora do frigorífico JBS. O ex-diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, afirmou que a JBS pagou R$ 200 mil por caixa dois a Onyx, em 2014. Naquele ano o atual ministro disputou a eleição para deputado federal. Depois que o caso foi divulgado, Onyx reconheceu publicamente ter recebido a doação não contabilizada e justificou que só soube da origem dos recursos depois que as delações vieram a público. O ministro disse que a doação teria sido acertada com a Associação das Indústrias Exportadoras de Carne, mas continuou omitindo o outro pagamento de R$ 100 mil recebido por fora em 2012 também delatado por sócios e executivos da J&F. Em dezembro de 2018, antes de tomar posse como ministro de Bolsonaro, Ônix foi questionado sobre os recursos não declarados e declarou que “já havia se resolvido com Deus”.
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