27/06/2019 às 14h59min - Atualizada em 27/06/2019 às 14h59min
SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE ARARAS PROMOVEU DEBATE SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA COM A PARTICIPAÇÃO DO DEPUTADO ARLINDO CHINAGLIA
O parlamentar falou sobre os principais pontos da PEC e justificou que o projeto trata do desmonte do sistema de Seguridade Social
- Da redação
Assessoria Dep. Arlindo Chinaglia
Assessoria Dep. Arlindo Chinaglia Os impactos da Reforma da Previdência foi o tema do debate promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Araras no último sábado (22). O encontro contou com a participação do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) e de representantes das cidades de São Carlos, Rio Claro, Leme e Campinas.
Arlindo Chinaglia é deputado federal eleito pelo PT/SP. Graduado em Medicina pela Universidade de Brasília (UNB), possui especialização em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP) e foi presidente da Câmara dos Deputados no biênio 2007/2009. O parlamentar, que acompanha de perto o trâmite do Projeto de Emenda à Constituição (PEC 6/2019) que propõe alterações na Previdência conversou com a reportagem de O Independente.
“É um debate bastante importante, o qual a sociedade toda precisa estar por dentro dos principais pontos. O governo não pode justificar economizar cortando aposentadorias, benefícios e auxílios dos mais pobres. Os trabalhadores possuem o direito de ter dignidade depois de uma vida dedicada ao trabalho. Isto não pode ser uma responsabilidade individual”, afirmou o deputado.
Perguntado sobre a diferença da reforma proposta pelo Governo Lula, o que acabou levando antigos petistas a fundarem outro partido (PSOL) e a atual, Chinaglia disse que “aquela não atacava o Benefício de Prestação Continuada (BPC), nós não tentamos desvincular benefícios do salário-mínimo, nós não procuramos destruir o sistema de seguridade social com a proposta de capitalização como o Guedes faz e nem priorizamos o lucro dos bancos pela capitalização. Naquela ocasião, o estabelecimento do teto do regime geral para os servidores públicos que teriam que complementar através de entidades públicas foi fundamental para dar aumento real ao salário-mínimo para todos”, respondeu Chinaglia.
O Independente questionou o parlamentar sobre qual é alternativa da Esquerda brasileira à reforma. “O Temer isentou toda a indústria do petróleo que vai sangrar R$ 1 tri dos cofres públicos em 25 anos. São 400 bilhões em dez anos. O Brasil é um dos dois únicos países do mundo que não cobra o imposto de renda sobre lucros e dividendos. Isto daria, no mínimo, R$ 500 bi também em 10 anos. E por fim, as grandes empresas tiveram este ano uma isenção de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Só aí podemos ver a economia que tanto prega o ministro Guedes”, declarou o deputado federal.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Araras, Deilton Albuquerque Gonçalves (Dico) comentou sobre o evento. “Quando vamos conversar com os trabalhadores, todos têm muitas dúvidas, pois não sabem exatamente como esta reforma afetará o povo diretamente. É muito importante o esclarecimento.”
A Comissão Especial da Reforma da Previdência terá sua última reunião esta semana. Se aprovado, o Projeto segue para discussão e votação no Plenário da Câmara, sendo votado em dois turnos e depois, encaminhado ao Senado.