15/05/2019 às 17h37min - Atualizada em 15/05/2019 às 17h37min

ARARAS PROTESTA CONTRA CORTES NA EDUCAÇÃO E REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Mobilização reuniu estudantes, professores e movimentos sociais

- Da redação
O Independente
Centenas de manifestantes ocuparam a Praça Barão de Araras na manhã desta quarta-feira (15). O evento fez parte da Mobilização pela Educação Pública contra os cortes da Educação e a texto da proposta de reforma da Previdência promovidos pelo Governo Bolsonaro. Os protestos aconteceram em todo Brasil. A mobilização na cidade teve a adesão de estudantes e professores de algumas universidades e escolas públicas de Araras e região, que  suspenderam as suas aulas.

Segundo a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e uma das organizadoras do protesto, Isabella Bozzini, o objetivo da mobilização foi mostrar à população a gravidade das medidas promovidas pelo Ministério de Educação.

“O corte das Universidades Federais é um fato. São 30% no orçamento das instituições que irão comprometer a qualidade de ensino. Só na UFSCar são R$ 19 milhões. E tem mais. Com a suspensão das bolsas dos projetos de mestrado, doutorado e pós-doutorado pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), a pesquisa nacional, seja em saúde, educação, engenharia e outras áreas, vai ser inviabilizada", afirmou Bozzini.

A professora apontou ainda o comprometimento do Programa de Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), que consiste na ida dos alunos dos cursos de licenciatura para as escolas públicas desenvolver atividades junto aos professores, o que influi na formação desses alunos e dos profissionais que já estão na sala de aula.

No Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, 38 bolsas foram cortadas. Elas pertenciam às áreas de botânica, ecologia, fisiologia, genética e zoologia. A Capes ainda prevê redução gradativa da concessão de novas bolsas para todos os cursos que se mantêm com nota 3 no período de dez anos (hoje, 211 programas têm essa pontuação) e suspensão de novas bolsas do programa Idiomas Sem Fronteiras, que vem do Ciência sem Fronteiras.

Todavia, o ataque governista não se restringiu apenas aos estudantes. Professores e tutores dos cursos ofertados na modalidade Educação a Distância (EaD) em instituições públicas vinculadas ao sistema UAB (Universidade Aberta do Brasil) também foram afetados com atrasos e suspensão das bolsas acadêmicas.

Na noite de terça-feira (14), circulou a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro havia ordenado ao ministro da Educação a suspensão dos cortes. A informação partiu do líder do PSL, na Câmara, Delegado Valdir, do mesmo partido do presidente. Logo após a declaração do delegado, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni desmentiu Valdir.  Entretanto, Outros líderes partidários aliados do governo afirmam terem presenciado o telefonema de Bolsonaro à Weintraub. “Ou o ministro está mentindo, ou o presidente não ligou para ele. Será que o presidente forjou a ligação na nossa frente? Tenho certeza que não”, afirmou o deputado Capitão Wagner (PROS-CE).
 
PREVIDÊNCIA
O evento foi marcado por protestos ao projeto de reforma da Previdência proposto pelo Governo Bolsonaro. Pela regra atual, mulheres e homens podem se aposentar com 60 anos e 65 anos, desde que com 15 anos de contribuição. E para a aposentadoria por tempo de contribuição, as mulheres devem ter contribuído por 30 e os homens por 35 anos.

A proposta de reforma da Previdência do governo aumenta as idades mínimas de aposentadoria dos homens para 65 anos e 62 para mulheres, e determina o mínimo de 20 anos de contribuição. Acaba com as aposentadorias por tempo de contribuição, após um período de transição, e para ter direito ao benefício integral será preciso contribuir por 40 anos.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) também prevê a implantação de regime de capitalização individual, no qual cada trabalhador terá de administrar sua poupança para a aposentadoria.

Também presente ao evento, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Araras, José Gonçalves Filho (Paraíba), comentou o atual momento político brasileiro. “Eu nunca imaginei que passaríamos por isso. É preciso que as forças políticas democráticas populares estejam unidas, agora não mais para adquirir direitos sociais, mas para não perdermos aquilo que lutamos para conquistar” declarou.

“Eu sabia que este seria um governo ruim, mas não tanto como está se mostrando. Comete muitos erros. É muito amadorismo. Bolsonaro precisa compreender que a eleição passou e agora ele é o presidente do Brasil, de 200 milhões de brasileiros, e não somente dos 57 milhões que o escolheram. Precisa sair das redes sociais e governar para todos”, finalizou Paraíba.
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