Veja Nem um dia.
Menos de 24 horas após o resultado do segundo turno das eleições, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (30), o retorno do estado para a fase amarela do plano de combate ao coronavírus.
Há uma semana, o Comitê de Saúde do Estado de São Paulo, que reúne médicos especialistas, propôs ao mandatário paulista a doção de medidas para conter o elevado número de novas internações pela covid-19.
Com a medida, que passa vigorar na quarta-feira (2), comércio, bares, restaurantes e eventos culturais terão mais restrições, mas seguem abertos em horários limitados.
Os estabelecimentos poderão funcionar 10 horas por dia, com limite de fechamento para as 22h. A capacidade de ocupação dos locais será limitada para 40% em todos os setores da atividade econômica e não será permitido eventos com público em pé.
A média diária de novos casos por semana caiu 14% da semana passada para esta, indo de 5,4 mil para 4,6 mil. Por outro lado, houve manutenção de alta das últimas três semanas e aumento de 7% na média diária de novas internações por semana, indo de 1,1 mil na semana passada para 1,2 mil agora.
“O Governo do Estado de São Paulo e o centro de contingência do covid-19 decidiram que 100% do Estado de São Paulo vai retornar para a fase amarela do Plano São Paulo. Essa medida, quero deixar claro, não fecha comércio, nem bares, nem restaurantes. A fase amarela não fecha atividades econômicas, mas é mais restritivas nas medidas para evitar aglomerações e o aumento do contágio da covid-19”, disse o Doria durante coletiva no início da tarde.
O que abre na fase amarela?
– Capacidade limitada a 40% de ocupação para todos os setores;
– Funcionamento máximo limitado a 10 horas por dia;
– Estabelecimentos podem funcionar até às 22 horas;
– Proibição de eventos com público em pé.
Segundo Doria, o retorno para a fase amarela não altera a programação de volta às aulas e as escolas não serão fechadas.
O governador comentou que a medida só foi anunciada agora porque o período de reclassificação, feito pelo Comitê, estava programado desde o início do mês para hoje. Se a atualização do Plano SP tivesse sido feita na semana passada, por exemplo, boa parte do estado avançaria para a fase verde e a próxima reclassificação aconteceria somente nas próximas semanas, comprometendo o combate à covid.
Doria também anunciou que o tempo de análise dos dados deixará de ser a cada 28 dias e passará a ser a cada sete dias. Ainda assim, a próxima reclassificação ordinária está agendada somente para o dia 4 de janeiro. “É uma medida de prudência que estamos tomando para retomar o controle da pandemia”, disse o governador.
Até esta segunda-feira (30), 76% da população paulista estava na fase verde, toda concentrada na parte sul do estado. O avanço para a fase verde foi feito no dia 9 de outubro e havia atingido a Grande São Paulo e as regiões da Baixada Santista, Campinas, Piracicaba, Sorocaba e Taubaté.
Araras havia registrado até o domingo (29), 86 mortes e 5.493 casos da doença na cidade.
Em uma
matéria publicada no dia 18 outubro, O Independente abordou o assunto e uma possível motivação política para justificar a mudança de fase de algumas regiões no Plano São Paulo. “Sobre a decisão da mudança de fase do Plano São Paulo de retomada econômica, a impressão que se tem é que ela tenha ocorrido para diminuir os danos das eleições no próximo mês”.