10/02/2023 às 15h06min - Atualizada em 13/02/2023 às 00h20min

Investimento Direto no País é o maior em 10 anos

Combinação de fatores que vão do cenário internacional à sustentabilidade ambiental torna a economia brasileira mais atraente para investidores estrangeiros

DINO
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O investimento direto no país (IDP), aquele investimento de mais longo-prazo, vindo do exterior, tem sido um fator importante para o crescimento econômico e aumento da competitividade dos países ditos emergentes. Em 2023, a tendência de aumento do IDP nessas economias, incluindo o Brasil, deve continuar. Por exemplo, os dados divulgados pelo Banco Central no último dia 26 mostram que, no ano passado, o IDP atingiu mais de US$ 90 bilhões, ou 4,76% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O valor é quase duas vezes aquele verificado em 2021 (US$ 46 bilhões).

Trocando em miúdos: o IDP é a aquisição de bens e ativos por empresas estrangeiras. Isso inclui a abertura de novas filiais, a compra de empresas existentes e a realização de joint ventures. O IDP pode trazer vários benefícios para as economias emergentes, como a transferência de tecnologia e know-how, o aumento da competitividade e do emprego. Além da entrada de divisas e maior integração dessas economias às cadeias globais de valor.

Vários fatores tornam o Brasil atraente para o IDP. Por exemplo, o tamanho da população e mercado interno, a oferta de energia e a base industrial diversificada. Além disso, o país tem implementado de reformas com vistas a aumentar a produtividade e oferecer maior estabilidade macroeconômica e segurança jurídica para o investimento.

Para o economista Lucio Silva, do Grupo Euro 17: “o Brasil tem ainda um diferencial importante na chamada economia verde. As empresas do mundo inteiro buscam, cada vez mais, fontes limpas de energia. E o país tem isso a oferecer e ainda uma biodiversidade única, da qual se pode desenvolver novos produtos e processos. E há os créditos de carbono que pode receber da manutenção das florestas em pé”.

Para além da questão ambiental, o cenário externo também favoreceu. Algumas economias emergentes tiveram um ano mais difícil, o que deixou o país comparativamente mais interessante. Por exemplo, a Rússia entrou em guerra com a Ucrânia. E a China adotou uma política bastante rigorosa de lockdown diante do aparecimento de novos surtos de coronavírus, inclusive com o fechamento da economia em diferentes ocasiões.

Ainda segundo o Banco Central, houve crescimento de US$16,0 bilhões nos lucros reinvestidos, que somaram US$ 32,9 bilhões em 2022 contra os US$ 16,9 bilhões verificado em 2021.  Outros US$ 36,6 bilhões vieram da maior participação em capital, ante US$ 30,0 bilhões em 2021. Finalmente, as operações intercompanhia, entre matrizes e filiais no Brasil e no exterior, aumentaram US$21,5 bilhões. Entrada líquida de US$21,1 bilhões em 2022, e saídas líquidas de US$ 446 milhões no ano anterior.

O economista acredita que a tendência irá se manter em 2023. A economia brasileira continua oferecendo boas oportunidades e melhoraram as expectativas quanto ao crescimento mundial. “O Fundo monetário internacional apontou que desaceleração em 2023 deve ser um pouco do que se imaginava, em particular, a China tomou medidas para voltar a crescer, o que traz impactos diretos sobre a economia brasileira. Imagina-se ainda que os juros poderão voltar a cair no segundo semestre do ano”.



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