27/08/2021 às 17h49min - Atualizada em 28/08/2021 às 00h00min
Spread bancário para empresas tem queda de 28,58% no primeiro semestre
Estudo da plataforma Capital Empreendedor aponta que o saldo de crédito com recursos livres a empresas atingiu R$ 1,151 trilhão em junho, 13,9% superior ao mesmo mês de 2020. Open Banking deve aumentar concorrência entre instituições financeiras e spread bancário pode diminuir.
DINO
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De janeiro a junho, os cinco maiores bancos do país registraram queda de 28,58% no spread bancário. As taxas foram observadas em estudo realizado pela Capital Empreendedor, marketplace de crédito empresas, sobre o Relatório Semanal de Juros do Banco Central a partir de seis diferentes modalidades de crédito pré-fixadas: antecipação de recebíveis de cartão de crédito; capital de giro com prazo de até 365 dias; capital de giro com prazo superior a 365 dias; cheque especial; conta garantida e desconto de duplicatas.
O período contou com aumento de 6,7% no saldo de crédito com recursos livres a empresas, passando de R$ 1,079 trilhão no início de janeiro de 2021 para R$ 1,151 trilhão ao final de junho deste ano. Na comparação com o mês de junho de 2020, o crescimento foi mais expressivo, de 13,9%.
“Desde 2018, o Banco Central vem adotando iniciativas para aumentar a competitividade no setor financeiro e diminuir a concentração do mercado de crédito entre as maiores instituições financeiras do país. Além disso, no ano passado, o governo lançou dois importantes programas, o PEAC (Programa Emergencial de Acesso ao Crédito) e o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). Isso fez com que o spread bancário diminuísse”, afirma Juliano Graff, presidente da Capital Empreendedor. “Com a entrada em vigor da segunda fase do Open Banking, em 13 de agosto, a competitividade entre as instituições financeiras e, consequentemente, do mercado de crédito deve aumentar ainda mais, o que pode resultar em uma redução maior do spread bancário daqui para a frente”, complementa Graff.
Seguem abaixo os principais destaques das linhas analisadas.
- Antecipação das faturas de cartão de crédito – A linha teve aumento médio de taxa de juros de 33% e representa 4,45% do saldo total de crédito no mercado, com cerca de R$ 50,75 bilhões concedidos ao fim de junho 2021. Enquanto a SELIC ficou com uma taxa de 0,28% no mês de junho, a taxa média dos bancos ficou em 0,67% a.m. Com isso, o spread bancário nessa linha teve uma queda de 24% em relação ao começo do ano.
- Capital de giro com prazo até 365 dias – A linha teve queda na utilização desde o início do ano, representando 4,68% do crédito ofertado. Enquanto a SELIC ficou com uma taxa de 0,28% no mês de junho, a taxa média dos bancos ficou em 1,32% a.m., e queda de 40% no spread bancário desde o início do ano.
- Capital de giro com prazo superior a 365 dias - A modalidade sempre foi a líder em saldo de empréstimos, mas vinha numa queda desde 2017. Comparado ao início do ano, ela sofreu um aumento no volume passando de R$ 360 bilhões para R$ 373,19 bilhões de crédito, mas com queda no percentual em relação ao total do saldo de crédito, passando de 33,36% para 32,73%. A categoria também registrou redução de 27% do spread bancário, com valor chegando a 503% e taxa média dos bancos de 1,40% ao mês em relação à taxa Selic.
- Cheque especial – Categoria segue com as piores taxas entre todas as linhas analisadas, mas seu uso vem decaindo cada vez mais, representando apenas 0,69% do saldo de crédito ofertado. Por suas taxas serem extremamente altas o spread bancário delas também são, chegando a valores de 4630% (taxa média de 12,92 a.m.) sobre a taxa SELIC (de 0,28 a.m.). Essa linha também apresenta a maior queda de spread entres todas as linhas analisadas, de 41% em relação ao começo do ano.
- Conta garantida – A linha teve aumento de crédito desde o início de 2021, passando de R$ 22,99 bilhões para R$ 26,61 bilhões, com variação de 13,63% de uso e de 2,33% do total do crédito concedido. O spread na categoria segue muito alto, de 916% e taxa média de 2,56% ao mês, tendo sofrido uma queda de 36% desde o início do ano.
- Desconto de duplicata - O saldo na modalidade representa 11,21% do total de crédito ofertado, no valor de R$ 127,83 bilhões. A taxa média dos bancos ficou em 1,09% a.m. e o spread bancário nessa categoria sofreu uma queda de 26% - ainda assim, representa um spread de 389% da Taxa Selic.
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