Segundo relatório do Global E-waste Monitor 2020 das Nações Unidas realizado pela Aliança Mundial para o Controle Estatístico de Resíduos Eletrônicos (AMCERE), houve um aumento de 21% no volume de resíduos eletrônicos gerados em todo o mundo nos últimos cinco anos. O estudo mostra que apenas em 2019 foram 53,6 milhões de toneladas métricas (Mt) descartadas em todo o mundo e a previsão é que, até 2030, esse número chegue a 74 milhões. Esses dados demonstram constante crescimento do setor, mas também a grande preocupação com os impactos ambientais que o consumo deliberado desses produtos pode trazer ao longo dos anos.
No Brasil, os índices não são diferentes e a questão ambiental ainda é um agravante. De acordo com dados do IBGE agregados à Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), mesmo com a baixa das atividades econômicas decorrentes da pandemia, os cinco primeiros meses de 2021 apresentaram um incremento de 22% na taxa de produção na indústria elétrica e eletrônica em relação ao mesmo período do ano anterior, o que aponta um resultado favorável para a economia do país. Entretanto, além dos resíduos gerados pela larga escala de consumo, a contaminação do solo e água pelo descarte dos componentes é um ponto a ser observado.
Apesar de não ser obrigatória para os fabricantes brasileiros, estar adequado à Diretiva de Restrição de Substâncias Perigosas, conhecida como RoHS, pode fazer com que as empresas estejam à frente de seus concorrentes e evitem transtornos futuros. A norma europeia limita o uso de determinadas substâncias tóxicas como cádmio (Cd), mercúrio (Hg), cromo hexavalente (Cr(VI)), bifenilas polibromadas (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs) e chumbo (Pb) na fabricação de equipamentos elétricos e eletrônicos e orienta o manejo dos resíduos gerados. Os danos causados pelo uso dessas substâncias são inúmeros para a saúde humana e também para o meio ambiente. O chumbo, utilizado em soldas, tintas e revestimentos de cabos, por exemplo, tem efeito cumulativo e toxicológico em plantas, animais e micro-organismos. Além dele, o cádmio que compõe o pigmento em plásticos e vidros, usado também para revestimento de aço e ferro e como estabilizador para PVC (policloreto de polivinila), prejudica a natureza, pois possui impacto biocumulativo, que é altamente tóxico e resistente ao processo de decomposição.
Para realizar a adequação a diretriz, o fabricante precisava aplicar os processos de conformidade com a norma, assegurando que todas as peças e componentes usados estejam de acordo com os requisitos da RoHS. A DEKRA, empresa alemã líder no mercado de TIC (Teste, Inspeção e Certificação), realiza no Brasil certificação de produtos para que eles não contenham níveis periculosos de componentes químicos ou quaisquer outras substâncias restritas. Com testes de amostras ou análises completas, a DEKRA oferece suporte e inspeção de produtos elétricos e eletrônicos, além de realizar medições de concentração dessas substâncias em matérias-primas e produtos finais a fim de garantir a confiabilidade e segurança tanto para a empresa, quanto para o consumidor final e o meio ambiente.