07/04/2021 às 18h34min - Atualizada em 07/04/2021 às 18h34min
Araras comemora amanhã 133 anos de libertação do último escravo
Maria Gabriela Córnia
Câmara Municipal de Araras
Araras comemora 133 anos de libertação do último escravo da cidade amanhã, dia 8, ou seja, um mês antes da promulgação da Lei Áurea assinada pela Dona Isabel, filha de Dom Pedro II, no dia 13 de maio de 1888.
De acordo com acervo do Legislativo de Araras, “na época o ato do munícipio repercutiu em jornais de São Paulo. O Correio Paulistano publicou em sua edição do dia 7 de abril de 1888 uma nota com o título “Araras Livre”.
Informações divulgadas anteriormente pela Câmara de Araras apontam que em 1º de setembro de 1887, por indicação do vereador José Alberto Machado, já havia criado o Livro da Redenção, destinado a receber as assinaturas das pessoas que quisessem contribuir com qualquer quantia em favor da libertação dos escravos.
Votaram a favor da indicação os vereadores Inácio Ubaldino de Abreu, Olegário Moreira Lima e Lourenço Franco da Silveira, e contra os vereadores Francisco da Rocha Campos e Joaquim Monteiro Mascarenhas. Uma das mais significativas assinaturas obtidas pelo Livro da Redenção foi a do dr. Antonio Gomes Pinheiro Machado, juiz municipal, que subscreveu um donativo mensal de 5% de seus vencimentos.
Em Araras, coube a Lourenço Dias, o principal papel na luta pela emancipação do chamado “elemento servil”. O abolicionista transformou sua propriedade agrícola São Tomé, numa espécie de quilombo a que recorriam de toda parte, em busca de asilo seguro, os escravos fugitivos. Lourenço chegou a abrigar em sua residência mais de 400 indivíduos. Conforme pedidos de fazendeiros, Lourenço intermediava a volta para as fazendas mediante melhorias nas condições de trabalho e de vida.
Com a fuga generalizada dos escravos e a adesão paulatina dos senhores ao movimento, a escravidão estava com os dias contados. Quando foi assinada a Lei Áurea em 13 de maio de 1888, Araras já festejava a libertação do último escravo do município.