18/01/2020 às 12h28min - Atualizada em 18/01/2020 às 12h28min
FRENTE DE EVANGÉLICOS PELO ESTADO DE DIREITO REPUDIA IDEIAS NAZISTAS DO GOVERNO BOLSONARO E FAZ UM ALERTA A PASTORES
A performance da trupe bolsonariana não é novidade. A começar do próprio chefe e a sua paixão por torturadores, estupradores e pedófilos como Brilhante Ulstra, Alfredo Stroessner e Augusto Pinochet
- Da redação
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito O silêncio dos autoproclamados líderes evangélicos brasileiros diante da insanidade das ações de integrantes do governo e do próprio Bolsonaro é preocupante.
Muitos deles são os mesmos vendilhões do templo - aqueles que Jesus chicoteou – que pregam um Evangelho que não tem nada de Evangelho. Mentem, manipulam, oprimem, matam e vendem seus rebanhos com porteira fechada em troca de benefícios pessoais.
Diante do caos por que passa o país, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito manifestou sua indignação ao episódio do discurso nazista do agora ex-secretário Especial de Cultura bolsonariana, Roberto Alvim.
A mensagem, publicada no Facebook e transcrita na matéria por O Independente, faz severas críticas aos recentes acontecimentos e uma dura cobrança acerca da postura de conivência e adotada por líderes e pastores apoiadores do governo.
“A Frente de Evangélicos repudia veementemente o discurso explicitamente nazista do secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, que usou as mesmas palavras de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, ao anunciar Prêmio Nacional das Artes. Diante da altissonante mensagem de simpatia ao nazismo – e todos os horrores representados nele - a Frente de Evangélicos indaga aos pastores que apoiam e sustentam esse governo, inclusive se comprometendo com o novo projeto de poder, o partido Aliança Pelo Brasil: - Vocês se submeterão à essa aventura nazifascista? - Vocês, pastores e líderes evangélicos, irão apoiar as truculentas e arbitrárias decisões que pretendem calar vozes dissonantes ou não alinhadas ao governo que, ora, está no poder? - Vão permitir que o Judiciário seja manipulado, a Imprensa censurada e que o Estado Democrático de Direito seja destruído por um pingado de migalhas, como descontos nas contas de luz ou uma teatral oração no Palácio do Planalto? - Deixarão as mulheres e negros, maioria da população evangélica, sofrendo feminicídio e sendo assassinada por políticas de extermínio? - Calarão diante das denúncias de corrupção, dos claros indícios de ligações com milícias? - É possível capitular diante do flerte evidente com o nazismo? Vale lembrar que o slogan de Bolsonaro, o “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos", também remete à um dos bordões mais repetidos pelos nazistas. Na Alemanha de Hitler ecoava-se “Deutschland über alles” que, traduzindo para o português, significa “Alemanha acima de tudo”. “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7:2).” A performance da trupe bolsonariana não é novidade. A começar do próprio chefe e a sua paixão por torturadores, estupradores e pedófilos como Brilhante Ulstra, Alfredo Stroessner e Augusto Pinochet.
A Conib (Confederação Israelita do Brasil) emitiu nota nesta sexta-feira (17) afirmando ser "inaceitável o uso de discurso nazista pelo secretário da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim". A pressão surtiu efeito e Bolsonaro demitiu o dramaturgo.
De fato o ocorrido é inaceitável. Assim como o horror sofrido pelos judeus. Na mesma medida, a postura da comunidade judaica na famosa palestra do “mito” no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro.
Na ocasião, os presentes aplaudiram e gargalharam com o discurso segregacionista e preconceituoso do pré-candidato à Presidência, Jair Messias, acerca das comunidades quilombolas, negros, indígenas, homossexuais e refugiados.
Goebbels, Alvim e Bolsonaro apenas escancararam a hipocrisia da indignação seletiva da bem nascida sociedade brasileira.